domingo, 7 de junho de 2015

Trabalho final de bimestre G.O. prof Gabriela 5 termo =)

Incontinência Urinária por Esforço
Introdução
A Sociedade Internacional de Continência (ICS) define Incontinência Urinária (IU) como “uma condição na qual a perda involuntária de urina é um problema social ou higiênico e é objetivamente demonstrável” (SILVA et al, 2005). Existem diversos tipos, porém podem ser classificadas basicamente em três deles: Incontinência urinária de esforço (IUE), incontinência de Urgência e incontinência urinária mista, que apresenta características dos dois tipos anteriores.  A IU afeta a qualidade de vida do indivíduo de diversas maneiras, podendo acarretar em sérias implicações médicas, sociais, psicológicas, e econômicas (RETT et al, 2007). Com o conhecimento de diversos estudos sobre a IU, pesquisadores evidenciaram o envolvimento de sua fisiopatologia com diversos mecanismos, e propuseram a teoria integral da continência para explicá-la. De acordo com esta teoria, alterações teciduais de suporte uretral, dos ligamentos e músculos do assoalho pélvico são responsáveis pelo aparecimento dos sintomas de IU, pois as alterações de tensão dos músculos e ligamentos sobre as fáscias justapostas à parede vaginal determinam fechamento ou abertura do colo vesical e uretra, e a tensão sobre a vagina ativa prematuramente o reflexo miccional, causando contrações involuntárias do detrusor (BARACHO, 2007). A idade avançada, a gravidez, o parto, a queda dos níveis de estrógeno na menopausa, o tratamento de câncer de próstata, as incapacidades física e mental, além de medicações e cirurgias que são potencialmente capazes de provocar a diminuição do tônus muscular pélvico e/ou gerar danos nervosos são considerados fatores que levam ao aparecimento da IU (SILVA et al, 2005).  O termo incontinência urinária atualmente é utilizado para descrever tanto um sintoma, isto em situações onde a perda involuntária de urina está relacionada com a realização de atividades que levam a um aumento da pressão intra-abdominal; quanto um diagnóstico, o que indica a existência de qualquer tipo de disfunção miccional, por exemplo, a incontinência por transbordamento, instabilidade uretral ou do detrusor, hipotonicidade do detrusor, etc. (ZANATTA, 2003)   Dentre as diferentes classificações da IU, a mais incidente é a IUE, seguida pela incontinência de urgência, particularmente no período peri-menopausal (GUARISI et al, 2001). Sua prevalência pode variar de 12 a 56% dependendo da população estudada e do critério empregado para o diagnóstico (RETT et al, 2007).



Métodos
Com relação ao método de tratamento, foi utilizada a cinesioterapia por ser considerada por diversos autores uma estratégica terapêutica efetiva para o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico. O presente estudo de caso foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Unoeste em Presidente Prudente – SP. Paciente do sexo feminino, 50 anos, brasileira, casada, profissão Dona de casa. A abordagem foi iniciada com a avaliação no dia 04 de março de 2015, sendo realizados no decorrer dos meses de março e junho, 6 sessões com duração de 60 minutos, com 5 faltas justificadas pela paciente, finalizando com a reavaliação no dia 27 de maio de 2015.  Trouxe como queixa principal “perda de urina”. Na história atual a paciente relatou ter apresentado perda de urina desde seus 40 anos, realizou cirurgia de lacqueadura em 1998, e retirada do rim direito em 2014 (cálculos renais e infecção). Na história familiar, há parentesco de hipertensão e diabetes. História social não refere etilismo ou tabagismo, mas sedentarismo. Na história obstétrica consta G3P2A1C2Pn0F0, criança do sexo feminino nascida com 3,8 kg, segunda gestação criança do sexo masculino nascido com 2,8 kg. Menopausa ainda não consta, não realiza reposição hormonal medicamentosa.
 Avaliação física :
·     Vulva: fechada;
·     Aspectos dérmicos: Normais;
·     Distopias/Prolapsos: Ausente;
·     Laceração Perineal: Não;
·     Sensibilidade: Normal;
·     Reflexo clitoriano: Normal;
·     Contração perineal: Presente, Simétrica.
·     Grau inicial de acordo com a AFA (Ortiz, 1996): Grau III com 3 segundos de contração.
·     Compreensão de contração perineal: Regular
 Frequência Miccional : 7 vezes ao dia e 2 a noite.
Perda de urina: Aos mínimos, médios, e máximo esforços. (andar, contato com agua, mudança de decúbito, riso, relação sexual, espirro, tosse, erguer peso). Em relação ao Forro não usa, mas quando sai de casa leva calcinha, em casa troca de calcinha  em torno de 4 vezes.
Micção: Perda ao esforço , e perda em gotas.
Obs: De acordo com o relato da paciente.
KAQ’S
1: Percepção geral:  75%
2: Impacto da incontinência: 100%
3: Limitação no desempenho da tarefa: 100%
4: Limitação Física 83,3 %
5: Limitação social: 77,7 %
6: Relações pessoais: 66,6%
7: Emoções: 100%
8: Sono e disposição: 50%
9: Medidas de gravidades: 66,6%
Reavaliação:
·             Vulva: fechada;
·             Aspectos dérmicos: Normais;
·             Distopias/Prolapsos: Ausente;
·             Laceração Perineal: Não;
·             Sensibilidade: Normal;
·             Reflexo clitoriano: Normal;
·             Contração perineal: Presente, Simétrica.
·             Grau inicial de acordo com a AFA (Ortiz, 1996): Grau III com 4 segundos de contração.
·             Compreensão de contração perineal: Boa. 
Frequência Miccional : 6 vezes ao dia e 3 a noite.
Perda de urina: Aos mínimos, médios, e máximo esforços. (andar, contato com agua, mudança de decúbito, riso, relação sexual, espirro, tosse, erguer peso). Em relação ao Forro não usa, mas quando sai de casa leva calcinha, em casa troca de calcinha em torno de 4 vezes.
Micção: Perda ao esforço , e perda em gotas.
Obs: De acordo com o relato da paciente.
KAQ’S
1: Percepção geral:  75%
2: Impacto da incontinência: 100%
3: Limitação no desempenho da tarefa: 100%
4: Limitação Física 100 %
5: Limitação social: 66,6 %
6: Relações pessoais: 83,6%
7: Emoções: 88,8%
8: Sono e disposição: 83,3%
9: Medidas de gravidades: 33,3%
RESULTADOS
Tabela 1.

Avaliação física
Reavaliação física
Vulva
Fechada
Fechada
Aspectos dérmicos
Normais
Normais
Distopias/Prolapsos
Ausente
Ausente
Laceração Perineal
Não
Não
Sensibilidade
Normal
Normal
Reflexo Clitoriano
Normal
Normal
Contração perineal
Presente, simétrica
Presente, simétrica
Grau inicial de acordo com a AFA (Ortiz, 1996)
3, com 3 segundos de contração
3, com 4 segundos de contração
Compreensão de contração perineal
Regular
Boa






Tabela 2.
KAQ’S
AVALIAÇÃO (%)
REAVALIAÇÃO(%)
Percepção geral
75
75
Impacto da incontinência
100
100
Limitação no desempenho da tarefa
100
100
Limitação Física
83,3
100
Limitação social
77,7
66,6
Relações pessoais
66,6
83,6
Emoções
100
88,8
Sono e disposição
50
83,3
Medidas de gravidades
66,6
33,3


Discussão
A IU acarreta diversos sintomas que determinam problemas físicos, sociais e psicológicos, interferindo negativamente na saúde e qualidade de vida da mulher. O tratamento conservador, realizado através de recursos fisioterapêuticos, é capaz de reduzir os sintomas de perda urinária e melhorar a qualidade de vida das pacientes. No artigo de base, foram realizadas 8 sessões de fisioterapia, ( com avaliação e reavaliação) com duração de 40 minutos, com dez mulheres, de 37 a 70 anos, uma melhora em consciência e controle da contração em torno de 90% foi constatada. Bem como informações  de satisfação e indicação do tratamento em 100% das pacientes.
Relacionado ao trabalho com a paciente deste estudo de caso, a mesma foi submetida a 6 sessões de fisioterapia, (com avaliação e reavaliação) com duração de 60 minutos,  50 anos de idade, foi verificado melhora em consciência e controle de contração ao exame físico, porém a paciente relatou na avaliação final que não percebeu melhoras no controle da continência urinária, constatando até mesmo um desejo de desistência do tratamento totalmente insatisfeita. A professora responsável orientou a paciente a prosseguir com o tratamento pois houve melhora significativa no quesito compreensão de contração perineal, além do que aumentou 1 segundo de contração em relação a primeira avaliação, referente ao Grau inicial de acordo com a AFA (Ortiz, 1996).
 CONCLUSÃO
 Através da análise de revisões de literatura, da comparação realizada anteriormente na discussão, e de estudos de artigos referentes, podemos concluir que a fisioterapia é eficaz no tratamento da incontinência urinária, melhorando a consciência, controle e força do assoalho pélvico, e consequentemente melhora da qualidade de vida destas pacientes que se tornam mais confiantes e seguras.

REFERENCIAS:




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