terça-feira, 26 de maio de 2015

AULA DE MARCHA DO HIRO

ANÁLISE DA MARCHA
APLICAÇÃO CLÍNICA
INTRODUÇÃO:
Os profissionais que têm acesso aos laboratórios de marcha baseiam-se cada
vez mais na análise instrumentada, para obter as informações críticas visando facilitar as
decisões pré-operatórias corretas e para guiar as intervenções terapêuticas.
O empenho em pesquisas nos laboratórios de marcha, em geral, classificaramse
em duas categorias: “descritiva” e “comparativa”.
Os estudos descritivos focalizam a investigação e a quantificação do
desempenho nos pacientes e na população normal, fornecendo uma compreensão mais
clara das demandas sobre os sistemas músculo-esquelético, neurológico e cardiovascular. A
pesquisa descritiva expandiu nosso conhecimento sobre a marcha patológica, pela
quantificação da variabilidade entre a população normal.
Os estudos comparativos utilizam análise de marcha com instrumentos para
avaliar a eficácia terapêutica, sendo cada paciente o seu próprio controle (avaliação pré e
pós-operatória). As comparações intra-indivíduos foram de desenvolvimento instrumental,
modificando e redirecionando as técnicas ortopédicas e neurocirúrgicas e a prescrição de
órteses e próteses, assim como o aprimoramento dos programas de exercícios, para otimizar
o desempenho, seja de um atleta de elite, de um paciente com seqüela de AVC ou de uma
criança com paralisia cerebral.
PERSPECTIVA DA MARCHA
A locomoção humana requer a integração de inúmeros sistemas fisiológicos
para dar sequência aos eventos necessários e atingir a marcha eficiente.
A marcha normal exige:
1) Estabilidade para proporcionar apoio antigravidade para o peso corporal;
2) Mobilidade para permitir o movimento suave, conforme os segmentos
corporais assumem uma série de posições;
3) Controle motor para dar sequência aos múltiplos segmentos, enquanto
ocorre a transferência do peso corporal de um membro para o outro.
A interrupção da função normal por doença, trauma, degeneração, fadiga ou
dor introduz limitações que requerem ação compensatória. O potencial de cada paciente
para a marcha funcional varia com a natureza e com a gravidade da patologia primária, e
também com sua capacidade de utilizar a função residual para a ação substituta. A
compensação depende de força muscular, controle motor, mobilidade articular e capacidade
sensorial residuais. O padrão de marcha resultante é uma mistura de desvios causados pela
disfunção primária, assim como pelo movimento compensatório, ditado pela função residual.
A intervenção apropriada depende da diferenciação dos dois mecanismos, de modo que os
procedimentos terapêuticos focalizem a disfunção primária e não a ação compensatória mais
proeminente.
TERMINOLOGIA
Os termos gerais aplicados à marcha normal e à patológica, foi desenvolvida
pelos profissionais dos Departamentos de Cinesiopatologia e Fisioterapia do Rancho Los
Amigos Medical Center – EUA.
O ciclo da marcha foi subdividido em oito fases e para se realizar a análise da
marcha, observa-se o paciente, identifica-se o movimento excessivo ou inadequado do
tronco e dos membro, e determinam-se as fases em que ocorrem os desvios.
Aconselha-se o uso de uma filmadora e depois observar em videoteipe para
permitir ao clínico multiplicar a visão para a análise e evitar fadiga do paciente.
Os resultados da análise por observação são, a seguir, correlacionados com as
avaliações clínicas de força, mobilidade passiva, espasticidade, controle motor e
sensibilidade, para determinar a(s) provável(is) causa(s) do desvio de marcha verificado.
EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS NAS FASES DA MARCHA
Cada passada representa um ciclo de marcha que é dividido em dois períodos:
apoio e balanço. Apoio é o período em que o pé está em contato com a superfície de suporte, e constitui 60% do ciclo da marcha. O restante do ciclo constitui a fase de balanço (40%) e
inicia-se a partir do momento em que os dedos do pé se desprende da superfície de suporte.
As atividades funcionais básicas são realizadas durante cada passada:
transferência de peso, apoio simples e avanço dos membros.
TRANSFERÊNCIA DE PESO
Funções críticas:
- Absorção de choques
- Estabilidade no suporte de peso
- Preservação da progressão
FASE 1: CONTATO INICIAL (Choque do Calcanhar)
Padrão Normal: - Tornozelo neutro – “rolamento do calcanhar”.
- Contração excêntrica dos dorso-flexores.
Padrão Anormal:
- Patologia primária no tornozelo ou,
- Ação compensatória secundária ao controle inadequado,
- Mobilidade restrita do joelho ou do quadril.
Existem 3 situações de anormalidade:
a) Toque baixo do calcanhar.
b) Contato total.
c) Contato do Antepé.
1) Eqüino neutro
- Dorso-flexão inadequado
- Superfície plantar do pé quase paralelo ao
solo ( joelho em extensão total)
Causas:
- dorso-flexores fracos
- contratura leve dos flexores plantares (< 10°)
- ativação prematura dos flexores plantares
- Choque simultâneo do antepé e do calcanhar.
- Ausência do “rolamento do calcanhar”.
Causas:
- contratura leve na flexão do joelho (< 10°),
- flexores do joelho espástico,
- quadríceps fraco ou espástico,
- dorso-flexores fraco e
- contratura leve em flexão plantar ( < 10°)
- Ausência do contato do calcanhar
- Contato simultâneo do 1° e 5° metatarso
Causas:
- problemas primários no joelho e no tornozelo
- contraturas moderadas, espasticidade dos flexores plantares e
do joelho
- dorso-flexores fracos
PARALISIA CEREBRAL
ESPÁSTICA
CONTRATURA DE FLEXÃO
PLANTAR E ESPASTICIDADE
DO QUADRÍCEPS
DORSO-FLEXORES
INADEQUADOS
2) Eqüino varo
FASE 2: RESPOSTA DE CARGA
É o período inicial de duplo apoio, durante o qual o peso é totalmente
transferido para o membro de apoio.
- Ausência do contato do calcanhar
- Contato isolado do 5° metatarso
Causas:
- Hiperatividade dos flexores plantares e tibial anterior
- O mm. Sóleo é a força deformadora primária
- Diminuição ou ausência dos fibulares
SEQUELA DE A.V.C.
SEQUELA DE A.V.C.
Padrão Normal: a força do peso corporal e o
momento são absorvidos por 10 – 15° de
flexão do joelho, que é controlado pela ação
excêntrica do mm. Quadríceps.
Padrão Anormal: ausência ou excesso do movimento do
joelho dependendo da patologia e o seu controle. Pacientes
com quadríceps fraco evitam a flexão do joelho e deslocam
o peso do corpo anteriormente ao eixo da articulação do
joelho.
APOIO SIMPLES
Funções Críticas: - Estabilidade do quadril no plano sagital e frontal,
- Mobilidade sem restrições do tornozelo
FASE 3: APOIO MÉDIO
Padrão Anormal:
Padrão Normal: - depende do rolamento do tornozelo
para avançar o membro no pé estacionário.
- ação excêntrica dos flexores
plantares para controlar a dorso-flexão do tornozelo.
- Espasticidade ou contratura dos flexores plantares.
- Saída prematura do calcâneo.
- contratura rígida em flexão plantar ( > 15° )
- tíbia não avança
- joelho recurvatum
FASE 4: APOIO TERMINAL
Padrão Normal: - O apoio terminal avança o corpo para frente do pé em apoio
estacionário.
- A extensão passiva do quadril ( 10° ) e a extensão do joelho
permitem a progressão do tronco para frente, gerando um
grande momento de dorso-flexão do tornozelo.
- O antepé torna-se o eixo, causando o rolamento do antepé.
Padrão anormal:
- tornozelo sem limitação mas,
- flexores plantares fraco,
- permitem a dorso-flexão sem restrição,
- induz a flexão do joelho e
- aumenta a demanda do quadríceps.
- Flexores plantares fraco inibe a progressão evitando a
saída normal do calcâneo,
- Contato prolongado do calcanhar,
- Requer contato prematuro do calcanhar contralateral,
diminuindo o comprimento da passada e
- Grande demanda do quadríceps e extensores do quadril
AVANÇO DO MEMBRO
Funções Críticas:
- elevação do pé para desprendimento dos dedos.
- Avanço do membro.
- Preparação para a transferência de peso.
FASE 5: PRÉ BALANÇO
- É a fase final do apoio
- Nesse intervalo de duplo apoio terminal, o peso corporal é transferido para o
membro contralateral.
Funções Críticas:
- início da flexão do joelho ( 35 – 40% )
- saída dos artelhos
- avanço do membro
Padrão Anormal:
FASE 6: BALANÇO INICIAL
Padrão Normal:
- 20° de flexão do quadril
- 30° de flexão do joelho
- início da dorso-flexão do tornozelo
- retirada do pé do solo
Padrão Anormal: - Limitação dos movimentos acima, causando arrasto dos
dedos.
- flexão do joelho é reduzido ou ausente
- espasticidade do quadríceps
- contratura do joelho
FASE 7: BALANÇO MÉDIO
Padrão Normal:
- Avanço do membro
- Passagem do pé com o joelho estendido e
- Tornozelo em dorso-flexão.
Padrão Anormal:
FASE 8: BALANÇO TERMINAL
Padrão Normal:
- Posicionamento do membro para o contato inicial.
- Com o joelho em extensão
- Desaceleração da coxa por ação excêntrica dos isquiotibiais e do glúteo
máximo.
Padrão Anormal:
- Elevação do quadril ipsilateral para
- Compensar a flexão plantar excessiva
( espasticidade dos flexores plantares – A.V.C.)
- Quando patologias limitam as ações acima, a
posição final do membro fica comprometido,
prejudicando a atividade de transferência de peso.







OBS; EU COPIEI E COLEI DA AULA DO HIRO, NAO CONSEGUI PASSAR AS IMAGENS MAS SE PROCURAR NO GOOGLE O NOME DAS FASES APARECE A IMAGEM CERTINHA PRA COLOCAR NO TRABALHO ;)